segunda-feira, 21 de julho de 2014

O CINEMA DE THOMAS VINTERBERG 





Thomas Vinterberg nasceu em 1969 na Dinamarca e em 1998 ficou conhecido como um dos cineastas mais importantes do seu país ao lançar o filme Festa de Família. O filme em questão deu início ao Dogma 95, movimento criado pelo próprio Vinterberg e o cineasta Lars Von Trier, que estabelecia algumas regras para a realização cinematográfica. 

Para fazer do filme um produto que não se rendia às regras da indústria cultural, o Dogma 95 criou as suas próprias exigências como a de filmar sem cortes indevidos, proibir o uso de música que não esteja no contexto da cena, usar a câmera na mãos, ausentar a iluminação direta e utilizar temas atuais e impactantes. 

Em Festa de Família todas essas restrições foram colocadas em prática e o resultado foi um produto de excelente qualidade, diferente de grande parte do que é produzido atualmente pela Indústria Hollywoodiana. A crítica à sociedade dinamarquesa fica evidente no decorrer do longa-metragem. A história trata sobre a vida de uma família de grandes posses, que após anos sem um encontro, reunirem-se novamente para comemoração do aniversário do patriarca. No entanto, naquele mesmo lugar, anos atrás, uma das filhas do aniversariante havia cometido suicídio, o que faz renascer nos outros filhos antigas e amargas lembranças. 


Num ambiente envolto ao caos, várias histórias são reveladas como, por exemplo, a descoberta das reais razões da garota ter cometido o suicídio e o vexame que o filho expôs os convidados quando anunciou ter sido molestado na infância. Quando tudo parece não ter condições de complicar mais, aparece no meio da festa um namorado negro de uma das filhas. A aparição em questão provoca o preconceito de grande parte da família e dos convidados que cantam uma música racista, evidenciando assim um problema ainda atual nos países nórdicos e boa parte da Europa. 


O filme é de fato uma contundente crítica aos valores familiares e toda a hipocrisia que rodeia essas reuniões entre parentes. Festa de Família causou polêmica em grandes festivais internacionais, deixando Vinterberg feliz em tirar o público da sua zona de conforto. 

Outro excelente longa do diretor é o filme Submarino. Na trama, Vinterberg tenta evidenciar por meio da história de dos irmãos, o mundo das drogas e os desajustes sociais. O filme estreou em 2010 e foi mais um grande sucesso da crítica, pois ele ainda continua com o seu jeito cru e realista de filmar. 


A Caça é o mais novo sucesso do diretor e traz o grande ator Mad Mikkelsen como protagonista. O filme conta a história de Lucas, um homem divorciado recentemente que tenta levar a sua vida em diante. Arruma um emprego numa creche e começa a namorar uma garota. No entanto, todo o seu sossego termina nas festas natalinas, quando a filha de cinco anos do seu melhor amigo e sua aluna na creche, o acusa de estupro. 



A falsa revelação acaba despertando o ódio da comunidade e Lucas acaba sendo desprezado por todos, mesmo depois  da menina revelar para os pais que inventou a história. O filme suscita uma problemática pouco vista em outros longas, que é o questionamento sobre a pureza das crianças. Junto com Festa de Família, A Caça revelou-se uma outra grande obra-prima produzida pelo diretor. 


  




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