domingo, 2 de outubro de 2011

História do Cinema para os iniciantes.

Existem algumas pessoas que se interessam em conhecer um pouco mais sobre a história do cinema, mas não sabem por onde começar. Nesse espaço farei algumas sugestões dos estilos cinematográficos que marcaram a forma de fazer a 7ª arte.

Em 1895, no Salão Grand Café de Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação experimental num aparelho chamado cinematógrafo. Chamaram essa filmagem de A chegada do trem na estação. Algumas pessoas que presenciaram o evento ficaram assustadas porque pensavam que iam ser atropeladas pelo trem.


Um ano depois o ilusionista francês Georges Méliès modificou as concepções do fazer cinematográfico. O que antes era apenas um experimento científico, passou a ser pensado pioneiramente por Méliès como um meio de entreter as pessoas. No filme A viagem à Lua, de apenas 14 minutos, já estão presentes alguns efeitos especiais. 


Em 1915, os filmes já haviam aumentado de tamanho e qualidade, pois Thomas Edison já tinha criado a técnica de edição de imagens dois anos antes. O número de pessoas que tinha acesso ao cinema também foi crescendo, mas a maioria que se interessava por essa arte pertencia as classes baixas. O filme O nascimento de uma nação, do diretor D. W. Griffith, fez muito sucesso nos Estados Unidos. 

 

Na década de 1920, surgiram diversos estilos cinematográficos. O Expressionismo Alemão, por exemplo, trazia como marca a distorção de cenários e personagens. Os diretores de cinema foram influenciados pela pintura expressionista, remontando nos filmes um jogo de luz e sombra. O Gabinete do Doutor Caligari, do diretor alemão Robert Wiene, é um dos clássicos desse estilo. 

  

Outro estilo desse período foi o Impressionismo Francês. Fernando Mascarello aponta que naquela época o cinema era experimental e o impressionismo possuía características peculiares como, por exemplo, proezas técnico estilísticas sobre-impressões e planos subjetivos. Trocando em miúdos, a imagem, como na pintura, tinha a finalidade de causar impressões. O filme Eldorado, de 1921, apresenta essas características.


O cinema soviético também criou estilo próprio no período, chamado Construtivismo Russo. A montagem dialética do diretor Serguei Eisenstein predominou, caracterizando-se pela contraposição de imagens. No filme O Encouraçado Potemkin (1925) encontramos essa técnica e a veia reacionária do diretor.

 

O surrealismo também foi um estilo ligado às artes plásticas e tinha como principal interesse apresentar a realidade interior e exterior como processo de unificação. Os diretores ligados à essa vanguarda tinham pretensões de mudar o mundo. O maior expoente do período foi o cineasta espanhol Luis Buñuel, com o filme co-dirigido por Salvador Dali, Um Cão Andaluz (1928).  

    

No fim da Segunda Guerra Mundial o cinema modificou o seu foco. Deixou de ser somente uma expressão artística e passou a ser um veículo de denúncia dos problemas da realidade. A Itália criou o Neorrealismo Italiano com a finalidade de apresentar para o mundo a realidade social e econômica que o país estava passando. Roberto Rosselini (Alemanha, Ano Zero), Luchino Visconti e Vittorio De Sica são os expoentes dessa vanguarda. O filme de Vittorio De Sica, intitulado Ladrões de Bicicleta, traz consigo o drama da devastação deixada pela Segunda Guerra Mundial na Itália. 

  

A Nouvelle Vague foi uma escola cinematográfica que surgiu na França e tinha por interesse contestar e transgredir as regras aceitas pelo cinema comercial. Os diretores desses filmes eram jovens e estavam interessados em modificar a estrutura narrativa linear. Godard, Chabrol e François Truffaut foram os expoentes desse estilo vanguardista. Os incompreendidos (1959), do diretor Truffaut, foi um marco no cinema francês. 



No Brasil, cineastas influenciados pelo Neorrealismo Italiano e pela Nouvelle Vague, criaram o Cinema Novo, que consistia em criar filmes mais realistas. Os planos sem cortes são marcas desse estilo. Cacá Diegues, Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha foram expoentes dessa geração. O filme Terra em transe (1967), do diretor Glauber Rocha, traz uma crítica social e política sobre o Brasil.